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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A MALETA DA BISAVÓ












Fotos: Bárbara Nunes



Eu e minha bisavó em 1996



Clemente Tarasconi Sobrinho e Orsola Catharina Pasin Tarasconi


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     Eu já falei da Orsola, minha bisavó paterna (Flores na cabeça). Mulher admirável. Independente até os últimos dias. Tive a felicidade de tê-la conhecido e de ter convivido um pouco com ela. Tenho lembranças de quando ela ainda morava em Porto Alegre, em uma casa muito grande na Protásio Alves. Ela alugava a parte de cima, de dois andares e vivia em uma parte separada que ficava abaixo do nível da rua e destes dois andares. Lembro nitidamente das peças, móveis, cheiros e do pé carambola. Do cofre do bisavô Clemente, que faleceu quando eu tinha 10 anos. O cofre ficava em uma peça mais nos fundos, uma espécie de escritório. Adorava explorar o lugar, cheio de histórias. Lembro de almoçar lá, ela cozinhava muito bem e fazia um patê de fígado maravilhoso. Era muito ativa. Já em Balneário Camboriú, onde viveu até morrer, lembro, um dia, de avistá-la pela rua e de longe ela me reconhecer. Ela deveria ter uns 90 anos, eu chegava para passar férias e ela voltava da ferragem com uma enxada nas costas, pois a dela teria desaparecido (na verdade minha avó Geny pegara a enxada para que ela não se esforçasse pois tinha uma osteoporose muito grave) estava chateada com o ocorrido. Naquela ocasião ela convidara os bisnetos que estavam por lá, eu, o Roberto, o Max e a Renata, para um almoço que ela mesma preparara. Me emociono muito ao lembrar dela.
     Mas a maleta!! Cheia de retalhos muito bem organizados. Uma maletinha simples de tecido xadrez, gasta, mas muito simpática. Ela chegou aqui em casa através da vó Geny, que aos poucos me traz coisas da bisa (outro dia mostro a câmera fotográfica que pertenceu a ela), e ficou por ali, em cima do roupeiro no Atelier. Certo dia, estava pensando em uma forma de carregar meus produtos pra lá e pra cá. Eu precisava de uma caixa maior, na atual mal cabiam as tiaras. Então, trabalhando e pensando exatamente em minha bisavó, olhei para cima e avistei a maletinha, meio escondidinha entre outras caixas. O que eu precisava estava ali há muito tempo, só esperando. Então, veio a idéia de personalizá-la. E novamente a presença da Orsola me inspirando. Em tudo o que ela me deixou, na minha memória, no meu gene e no que sou!!!!!!

4 comentários:

  1. Ai, muito bonita essa história...me emocionei com ela...
    isso é muito legal...preservar na memória as lembranças e também preservar as coisas materiais que vão sempre carregar consigo toda a história!

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  2. Lembro bem pouquinho da sua Bisa,mas lembro muito bem da sua voh...nao teve como nao se emocionar lendo sua historia....me fez lembrar de tanta coisa tambem....

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  3. Muito bonita sua historia,sempre é bom lembrar de nossos antepassados.Nós traz muitas alegrias.

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